Adriana Arruda Blog

terça-feira, janeiro 09, 2007

Atividade 11 Relato Inicial

Universidade Federal do Rio Grande do Sul
PEAD-Pólo de São Leopoldo
Relato da ECS 11
Adriana Arruda

Muita influência a falta de comprometimento político causa na nossa prática. Todo o comprometimento possível, pois as ações políticas, quaisquer, influenciam diretamente a vida da sociedade e por isso também a escola e suas atividades. Ela mesma fica, em muitos momentos, de fora das discussões de programas, projetos ou políticas públicas.
Durante as discussões no fórum nossas falas refletem muito dessas nossas angustias, como profissionais, como pessoas... Um dos itens apontados são as questões que envolvem cotas e subsídios para a educação. Muitos criticam as cotas para afro descendentes, acham discriminatórias, acredito eu não ser a solução ideal para os anos de descaso e exclusão, mas no momento acredito ser um via, uma possibilidade de dar acesso. É inegável a diferença de acesso, são anos e anos de discriminação, de falta de igualdade, e isso por uma ação como esta, neste momento, pode dar o incentivo inicial para que a auto-estima e os olhares se tornem mais igualitários. Até porque, afro descendentes, pobres, deficientes, etc. não possuíam políticas públicas voltadas para uma inclusão social. Este próprio termo é da atualidade, há uma Constituição que valida a igualdade e possibilidade entre todos, mas a realidade aponta outra verdade. E não sejamos nos hipócritas em dizer que vai resolver, mas pode oportunizar um pequeno começo, um resgate histórico.
O subsídio, aos alunos das escolas publica de baixa renda, para o acesso a uma universidade, nem todos conseguem, é verdade, mas alguns já estão lá, quem sabe iniciando um processo de maior igualdade e também abrindo espaço para que se discuta mais e se possam achar outras formas. Não é atoa que em muitos relatos, nos trabalhos apresentados (memoriais), colocamos nossa ida a universidade agora, pela impossibilidade de pagar ou continuar pagando uma particular. Esse olhar, então para fora de nós mesmos, é uma necessidade e uma urgência.
Que influência a falta de comprometimento político causa na nossa prática? Todo o comprometimento possível. Onde está a ação? Na escola também, nas discussões, nos debates, nas trocas e na participação ativa. Complexo me parece o tema: Políticas Públicas... seriam as ações tão públicas assim?É tão comum falas, projetos e tão difícil a VONTADE de colocar em prática as ações... Cada vez mais me pergunto o porquê existe tanto a fazer, tantas propostas e nenhuma ação praticada de forma a dirigir o olhar para os verdadeiros envolvidos, a própria sociedade. Todas as ações políticas, na sua maioria, tão comprometidas com pequenos grupos. E outro aspeto importante é diferenciar ações políticas das ações politiqueiras que imperam nos bastidores do poder, nas trocas de favores, barganhas... Políticas públicas evasivas, ou até bem formuladas, mas deixadas de lado por ideais nem tão nobres, levam a uma total falta de comprometimento com a escola, com educação. E nossa postura frente a tudo isso? Impotência ou acomodação? Discutível não?

Adriana Arruda Moreira

Relato inicial da Atividade ECS 10

Universidade Federal do Rio Grande do Sul
UFRGS
PEAD ? Pólo de São Leopoldo
Atividade ECS 10
Professora Susana
Adriana Arruda

Atividade 10 da disciplina solicita que façamos um "passeio" pela biografia e obra de Paulo Freire. A trilha que acompanhei, mostrou-me diversos textos onde encontrei passagens importantes sobre a obra deste, que a meu ver, é o maior pensador brasileiro sobre a educação e sobre o sujeito social.
Em uma outra atividade da interdisciplina de EPPC, com a professora Salete, fizemos esta mesma trilha e postamos trabalho referente aos textos lidos e reflexões feitas, além dos debates entre os colegas. Acredito que alguns pensamentos elaborados naquela ocasião hoje podem revelar contribuições importantes a esta atividade proposta.
A Educação é ação transformadora, mas cumpre este papel no momento em que se faz exercício reflexivo da realidade que vive a humanidade. As mudanças sociais tão almejadas não acontecem sozinhas ou por desejo de outros, elas tem que ser vividas e acompanhadas de um olhar sobre as mesmas, não um olhar primeiro intelectualizado, mas um olhar de si mesmo, de realidade da qual faz parte. A escola neste caso assume uma postura privilegiada, pois é co-participante, é uma das possibilidades de exercitar o pensar sobre a sociedade, homem... Ela sozinha não revoluciona, mas transforma as pessoas para que estas tenham consciência de si e iniciarem as mudanças. Para Paulo freire educar é um movimento duplo da existência humana, de "ler" e "transformar o mundo".
Não existe apenas uma educação para a formalidade, inclusive formalidade não é um dos aspectos que devem existir neste processo educativo vivenciado e "ensinado" por Paulo Freire. A educação deve buscar a realidade, a paixão, a amorosidade, o conhecimento significativo. É um convite ao sujeito a ser sujeito de sua história pessoal e da humanidade. A prática educativa nesta perspectiva não se esgota. Ela está na alegria de ser presente e fazer parte como no respeito ao sujeito.
Aqui alguns pensamentos de Freire que ilustram bem o pensamento acima:
"Não basta saber que Eva viu a uva. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho." (Educação na Cidade, 1991).
"Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho: os homens se libertam em comunhão." (Pedagogia do oprimido, 1968).
"A consciência do mundo e a consciência de si como ser inacabado necessariamente inscrevem o ser consciente da sua inconclusão num permanente movimento de busca (...)" (Pedagogia da Autonomia, 1997).
A meu ver o verdadeiro sentido do ato e efeito da educação, uma visão complementada pela busca do essencial do ser humano, as relações, a curiosidade, a afetividade, a troca...

Adriana Arruda Moreira