Atividade da Interdisciplina de Escola, Cultura e Sociedade.
ESC 5 Weber
Dominação significa mando, império, ato de dominar. Fundamenta-se em diferentes tipos de submissão, que depende diretamente de uma variedade de interesses da parte que obedece. Pode, inclusive, acontecer por "costume", por utilidade, por vantagem ou por afeto. Sob o ponto de vista da dominação, ou seja, quem exerce a dominação, pode apoiar-se em bases jurídicas, passa portanto a ser denominada Dominação Legal. Interessante que este tipo de dominação instituída estabelece ao mesmo tempo a quem e em que medida se deve obedecer; aquele que ordena obedece também a uma "lei", uma norma formalmente abstrata. Pode-se dizer que conforme a hierarquia estabelecida regularmente, vai se estabelecendo um tipo de pensamento e posicionamento abstrato. A pessoa assume um papel, coloca-se na posição e isto inclui as regras, pensamentos, atitudes... referentes a esta posição. O ideal é responder integralmente às normas regulamentadas sem deixar influenciar por sentimentos pessoais, livre arbítrio e, particularmente, "sem consideração de pessoa", agir formalmente, observando apenas as regras e especificamente o ideal da posição assumida. Exemplos deste tipo de dominação seriam as estruturas das estatais e de empresas capitalistas privadas. A burocracia neste caso age como ferramenta técnica da dominação legal. Ela garante com efeito as hierarquias regulamentadas, observando o critério competência para seguir apenas dominante. Percebemos que a história da sociedade moderna assume este tipo de ferramenta burocrático, uso este que mantém viva a relação de domínio estabelecida.
A Dominação Tradicional por sua vez, tem sua origem na dominação patriarcal, onde a associação dominante é o caráter comunitário. Quem ordena é o senhor, quem obedece são os súditos, o que acontece segundo a tradição por fidelidade. A violação desta hierarquia por parte do senhor coloca em perigo a legitimidade do seu domínio. Esta relação estabelecida, este vínculo patriarcal fixado na tradição é reconhecido como válido para sempre. O ideal da prática deste tipo de dominação permite a interferência não só da regulação da "tradição", mas também dos sentimentos pessoais, simpatia ou antipatia e sucessíveis à influências de outras pessoas. A hierarquia é firmada através de dependências também pessoais (familiares ou funcionários domésticos, amigos) ou de qualquer um que mantenha um vínculo de afetividade, de felicidade. ''Competência'' delimita pelo vínculo fidelidade. As políticas dispódicas, usaram-se deste tipo de vínculo como exercício direto de dominação. Estrutura puramente patriarcal.
A dominação patriarcal é a mais pura dominação tradicional, exercida amplamente, culturalmente nas relações familiares, apoiadas e sustentadas por parte da relação religiosa/emocional da comunidade.
A Dominação Carismática acontece sobretudo pelo aspecto afetivo emocional por parte do dominado. Parte do princípio que o dominante exerce um 'poder' de encantamento sobre o dominado. O "líder" e o "apóstolo". A liderança é exercida por qualidades excepcionais do líder, que fica na posição enquanto seu carisma é mantido, perdendo tal virtude, seu domínio cai. Não existindo aqui o conceito racional de competência. Diante do embate entre dois "carismáticos", a questão se resolve pelo quesito confiança,sobrando ao outro o "castigo" da indiferença. a autoridade carismática baseia-se na crença, na fé e no reconhecimento são considerados um dever. Ao senhor carismático cabe se fazer acreditar como agraciado por Deus. Aos demais apostolados cabe reunir integralmente suas ações baseadas na idolatria constituída, numa relação de irmandade onde não se discute as ações praticadas, visto que elas são valorizadas por aquele eleito, o carismático, não se discute, se venera.
A meu ver, em todas as formas de relações entre dominantes e dominados existem a figura do subjulgado, no caso, o dominado. Ao líder, ao chefe, ao eleito, é delegado poderes institucionalizados ou não, que fazem-nos pensar o quanto destas relações vivenciamos cotidianamente. mas a mais intrinsicamente e formalmente ligadas as nossas realidades escolares é a dominação carismática, expressa em uma política pouco reflexionada, como a da eleição para diretores de escolas públicas da rede estadual. Ao experienciarmos tais relações, uma leitura que se faz necessário, muitas e muitas vezes são as relações de poder que mais ganham força neste pleito. pensamos, que elegendo diretamente nossos administradores escolares poderíamos estar à frente de uma mudança significativa dos paradigmas de poder, democraticamente coerentes, na busca de uma escola mais reflexiva e crítica. porém o que se viu na prática, foi uma quantidade expressiva de disputas vaidosas por manter certos "direitos" estabelecidos, ou vícios de cultura, para os professores, manutenção de atividades pseudo-pedagógicas vazias (festas dançantes, aulas de funk...)que nos remetem a pensar na valia do velho ditado..."pão e circo"...Poucas foram as escolas em que houveram disputas, a maioria viu-se as antigas direções serem reconduzidas ou trocas de cartas marcadas, aquelas que se dispuseram a ter múltiplas propostas, estas na sua maioria, priorizaram acomodações, pequenas mudanças na esfera dos aspectos físicos. Saí deste pleito com uma sensação de tristeza, questionando muito, mas com uma certeza: é preciso que a escola repense este espaço democrático, para que ele não se perca em velhos modelos coronelistas, vazios, ou deixe-se corromper por comodismos institucionalizados, onde só quem perderia é o mais expoente protagonista da educação: o aluno. E ainda nos perguntamos, sob esta realidade: o que está acontecendo que a escola não é mais valorizada, o professor não é mais respeitado, a educação não é mais prioridade? Poxa vida! E nesta nossa postura, o que poderia acontecer de diferente? É pra se pensar, e pensar, e pensar... Estamos em que posição? Dominante ou dominado?