Adriana Arruda Blog

terça-feira, dezembro 05, 2006

Meu texto inicial ESC 9 - Adriana Arruda


O Ensino e a Educação da Classe Trabalhadora
(Marx e Engels)
O homem, comparado com a máquina, tem seu tempo, e necessariamente precisa ser substituído por outro tanto no que diz respeito às questões de trabalho produtivo, habilitar-se para o desempenho do mesmo, quanto de perpetuação da espécie. Necessita esse de inúmeros artigos, ou gêneros para que possa manter-se, para qualquer das atividades que desempenhar.
Considerando o pensamento burguês, analisado por Marx e Engels, dependendo do grau de complexidade da tarefa e o tempo para a formação do trabalhador, se menos tempo é exigido, menor é o valor agregado, conseqüentemente a mão de obra torna-se barata. Desta forma também o valor agregado aos gêneros que necessita para tal desempenho cai. Situam as condições de classe trabalhadora inglesa, no seu texto, e referencia também a francesa, berços da industrialização. Apontam questões religiosas-morais que pregam uma submissão ao modelo burguês de pensamento, tanto do trabalho quanto da distribuição social, das categorias sociais melhor dizendo. A educação das massas de trabalhadores prevê que se saiba ler e escrever, quando muito. Existência de trabalho infantil nas indústrias, levando assim ao abandono da escola.
Marx faz duras críticas sobre estas condições e sobre o descaso total da burguesia sobre tais aspectos. Salienta ainda que o descaso é tão grande que não é subjetivo, na realidade ele é declarado. Considera a burguesia negligente, cruel, estúpida e limitada, sociedade contraditória, pois quem movimenta o processo produtivo não é valorizado, e o mais grave, tratado como membro de uma engrenagem dos donos dos meios de produção. Onde estaria o homem nesta concepção?
A formação intelectual, as questões de salário, as condições de vida e a educação moral seguem estes princípios burgueses nas suas estruturações. A indústria moderna facilitando os processos produtivos, também o abandono do campo, das atividades agrícolas e pastoris, agravou as situações nas cidades. Excedente de mão de obra, empobrecimento. Logo mais oferta de mão de obra para as indústrias que ditam os valores, determina o quanto vale este oferecimento.
Engels revela em sua pesquisa das realidades nas sociedades industriais, que a documentação sobre educação e formação de trabalhadores, inclusive o conteúdo não oficial, é pouca e a que existe não está de acordo com o que se vê na prática. A chamada "educação técnica da juventude" é descuidada, nas escolas profissionalizantes o que acontece é uma espécie de "centros de reeducação" para crianças abandonadas. As escolas voltadas para a promoção de operários não possuem reconhecimento e as que desenvolvem atividades com o passar do tempo tornam-se rotineiras e acomodadas. Menciona na sua análise, referência aos movimentos que estão acontecendo na Rússia, tomada por uma crise histórica sem precedentes. Lá acontecem atos públicos de estudantes frente às discriminações recebidas por estudantes que eram privados ao acesso ao ensino superior. Ocorreu o fechamento da Universidade de São Petersburgo, os estudantes foram presos ou exilados, muitos levados à Sibéria como represaria política e cassação aos direitos. Os jovens russos assumiram as idéias socialistas e foram os principais responsáveis pelos movimentos que se deram. O governo então passa também a proibir acesso dos estudantes às funções públicas nas cidades.
"No capitalismo, só é produtivo o trabalhador
que produz mais valia para o capitalista."
(Marx)
O texto apresentado, em suas reflexões, aponta jovens russos com comprometimentos e inquietações além da esfera simplesmente educacionais. Suas inquietações vão de encontro a posições políticas e sociais, revelam na verdade um questionamento amplo de sociedade.
Outra situação aparentemente simples foi a análise das falas dos trabalhadores de minas, mas que na verdade referencia toda uma cultura de subjulgação, e mostra o vazio da posição dos mesmos, da falta de voz, de descaso total aos trabalhadores da época. Mesmo existindo algumas leis que consediam um grau mínimo de instrução, não era cumprida, pois não haviam interesses da burguesia em fazê-la ser cumprida. Não haviam escolas sufucientes, condições de vida, respeito as pessoas.
Fazendo uma análise superficial da legislação francesa, estas procuravam assegurar as massas o conformismo. Inclusive, a burguesia delegando aos jesuítas, seus maiores adversários , os cuidados com a educação, assegurando assim o domínio necessário,possibilitado por uma educação moralista/religiosa. Enfraquecendo assim a autonomia, a crítica, a reinvindicação de direitos, além é claro de uma política econômica onde prevaleciam as muitas horas de trabalho e baixo custo de mão-de-obra. Impossível portanto mudar toda essa realidade sem mexer com o estado burguês de pensar e agir, tão determinante.
Engels analisa a proposta educativa de reestruturaçãodo ensino de Dühring, que prega uma escola onde estejam previamente estruturados os planos e estratégias educativas. numa perspectiva de graduação do cnhecimento e ampliação conforme segmentos dos estudos. Retiradas dos currículos das chamadas línguas mortas e incorporação de línguas estrangeiras modernas conforme necessidade do comércio e indústrias. A Filosofia teria um papel no que se refere aos estudos de adequação deste sujeito as regras, deveres como cidadãos, além de buscar o "aperfeiçoamento do mundo". Desconsiderando o que a antiga Filosofia estimulava, "conhecimento histórico do sujeito e da sociedade e as reflexões a respeito disso". Segundo pensamento de Engels, falsamente se imagina que esta nova estruturação educativa qualificaria e melhoraria a questaõ educativa. O que ocorre é apenas assegurar uma escolarização mínima, sem nenhuma articulação com a realidade social que era vivenciada, a parte de...Coloca ainda que esta nova estrutura educacional não relaciona em nenhum momento o trabalho, as formas e modelos produtivos, o trabalho, portanto perdia-se em legitimidade, visto que para ele e Marx, o homem e demais a relação homem e trabalho estabelece as demais relações deste na sociedade. Os mecanismos de apropriação dos meios de produção,as relações entre trabalho, produção, salário...totalmente desvinculada e independente da educação. A escola deixa de ser formadora para tornar-se puramente institucional, conhecimento formal. Numa citação de Roberto Owen (comunista utópico) Engels aponta para o que pensa quanto a princípio norteador do que o ato educativo deve preocupar-se:
"(...) objetivo fazer germinar a educação do futuro, que relativamente a todas as crianças acima de certa idade interligará o trabalho produtivo com a instrução e a ginástica, não só como forma de aumentar a produção social, mas também como único e exclusivo processo de formar homens completos."
Fazem referência em seus artigos sobre o pensamento alemão que relaciona ao estado a obrigatoriedade do oferecimento da educação, para todos e de forma gratuita, no entanto com o cuidado para que este somente se preocupe em garantir recursos e condições de capacitação aos docentes, não cabendo a ele determinar o que vai ser ensinado. É necessário que não haja influência do governo e da igreja, dando assim liberdade de consciência e reflexão sobre o conhecimento e realidade. Um lugar onde haja o livre pensar.
Na França segue o processo de reformas levando em consideração que somente a classe operária poderia sair da subjulgação e fazer dos processos educativos instrumento, força popular para mudanças radicais na realidade. " (...) a ciência não só tornar-se-á acessível para todos como também livrar-se-á da pressão governamental e dos prejuízos de classe."
Cita em suas reflexões Princípios do Comunismo que retratam bem o tipo de pensamento que norteiam suas reflexões sobre sociedade, trabalho, meios de produção, educação...
!. Democracia utilizada para combater as medidas institucionalizadas que colocam o proletariado na condição em que se encontra.
2. Organização das hierarquias no trabalho de forma que a igualdade de salário pudesse acontecer. Cargos vistos a partir da competência não de privilégio ou manutenção da ordem burguesa.
3. Obrigatoriedade do trabalho para todos, inclusive na agricultura, considerada base dos meios produtivos.
4. educação para todos, já ao sairem dos primeiros cuidados maternos, em instituções nacionais a cargo da nação. educação e trabalho andam juntos.Principal atitude para iniciar a mudança: saída definitiva da propriedade privada como dona dos meios de produção. Assim garantiria um equilíbrio social, não há quem tem mais, mas todos teriam o que precisam. A produção praticada em coletividade, garante o estabelecimento de um equilíbrio maior das forças podutoras, amplia as capacidades humanas propiciando a formação de um homem mais completo, de uma sociedade mais igualitária e democrática. A educação passa a ter uma conotação de Libertação do homem, assegurando-lhes condições de igualdade, oportunidade, desenvolvimento de aptidões independente de status social e condições financeiras, numa sociedade comunista, não há diferenciaçao de classes. Não há uma diferença entre o trabalho na indústria e comércio para o trabalho rural. As crianças e jovens educados pela sociedade e para a sociedade.

Este texto foi modificado, acrescida as idéias das colegas participantes do grupo. Não foram acrescentadas ao texto os trabalhos postados após data combinada para revisão e postagem do texto final.

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Será que vejo?




"Você não pode voltar
atrás no que vê.
você pode se recusar a ver,
o tempo que quiser:
até o fim de sua vida
pode se recusar,
sem necessidade de rever seus mitos
ou movimentar-se de
um lugar confortável.
Mas a partir do momento que você vê,
mesmo involuntariamente,
você está perdido. (...)"

Caio Fernando Abreu


"Desejo poder ver, e ir além, olhar os outros da forma como são, respeitar estas individualidades e mostrar-me como realmente sou. Assim não arrisco de perder-me no vazio."