Adriana Arruda Blog

domingo, julho 22, 2007

1968


O mundo em 1968

A revolta estudantil explodiu a partir de março, na Universidade de Nauterre (França), cujo fechamento (2 de maio), ao qual se seguiu o fechamento da Sorbonne (3 de maio), provocou uma série de manifestações violentas.
O próprio filósofo Jean-Paul Sartre, presente nos acontecimentos de maio de 1968 em Paris, confessou, dois anos depois, que “ainda estava pensando no que havia acontecido e que não tinha compreendido muito bem:” não pude entender o que aqueles jovens queriam...então acompanhei como pude...fui conversar com eles na Sorbone, mas isso não queria dizer nada” (Situations X).

1968 foi também uma reação extremada, juvenil, às pressões de mais de vinte anos de Guerra Fria. Uma rejeição aos processos de manipulação da opinião pública por meio dos mass-midia que atuavam como “aparelhos ideológicos” incutindo os valores do capitalismo, e, simultaneamente, um repúdio “ao socialismo real”, ao marxismo oficial, ortodoxo, vigente no leste Europeu, e entre os PCs europeus ocidentais, vistos como ultrapassados.

“Um Socialismo de rosto humano” – (Alexander Dubcek, 1968)

O mais violento acontecimento no nosso continente foi o massacre dos estudantes - 26 mortos, 300 feridos e mais de mil aprisionados - na praça de Tlatelolco na Cidade do México em outubro de 1968, por ordens de Luis Echeverria, ministro do presidente Dias Ordaz.
A título de comparação, em Paris apenas um estudante morreu nos distúrbios e a ação oficial mais violenta foi a expulsão do país de Daniel Cohn-Bendit que era de nacionalidade alemã.
No ano de 1968, muitos jovens em todo o mundo acreditaram ser possível realizar o sonho de um mundo novo.
Por fim à discriminação racial, ao machismo, ao autoritarismo, à guerra - idéias e modos de vida herdados de gerações anteriores. Quiseram iniciar uma nova era de paz e amor.

O Brasil em 1968
A passeata dos 100 mil promovida por entidades estudantis, no Rio de janeiro, em 26 de junho de 1968, foi uma das últimas manifestações de massa no país antes do endurecimento do regime militar.
Os estudantes estavam à frente dos protestos contra a ditadura e, por isso mesmo, eram os mais expostos à sua repressão.
Em sua mobilização, foram acompanhadas por trabalhadores, sindicalistas, professores e líderes religiosos que também sentiram a mão pesada do regime militar.
O governo, advertido pelos líderes estudantis de que haveria forte reação em caso de repressão, manteve a polícia à distância.
Em 1968, o regime militar tornou-se ainda mais duro.
A repressão estava na ordem do dia daqueles que tinham o poder.
A esquerda, dividida em vários grupos, se organizava para desencadear a luta armada como única forma de resistir aos arbítrios perpetrados pelo regime.
Somente em 1968, a tortura se tornou sistemática em todo o país como instrumento político.
Antes disso, ela era utilizada, em algumas situações, com diferenças geográficas. Em 68, se instalou a repressão sistemática.
Foram criadas organizações – como a Operação Bandeirantes, em São Paulo – que usavam todo tipo de violência para quebrar a oposição, principalmente a ligada à luta armada.
O Ato Institucional número 5 é uma verdadeira revolução dentro da revolução. Em dezembro de 1968, a edição do AI- 5 restabeleceu uma série de medidas excepcionais suspensas pela Constituição de 67. Voltaram às cassações e o fechamento político.
O AI – 5 fortaleceu a idéia de que os militares não se dispunham a abandonar o poder e ficou claro que haveria cada vez menos brechas para a oposição.
A Tropicália foi um movimento artístico e cultural que alterou o sistema da época, uma nova forma dos problemas políticos e sociais estarem nas discussões.
É lançado o LP Tropicália ou Panis et Circenses, de artistas.
Implantada a primeira rota de microondas entre Porto Alegre e Caxias.

1968 – 1984 O Rio Grande do Sul contra a Ditadura:
A resistência à ditadura no Rio Grande do Sul.
As cassações na Assembléia Legislativa do RS.
O “milagre econômico” e a euforia provocada pelo “boom” da lavoura de soja.
A economia gaúcha.
Investimentos em estradas e telecomunicações, aumento da dívida estadual.
A luta pela democracia depois de 1974.
A aliança entre militares uruguaios e gaúchos.
A fundação do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra.

1 Comentários:

Blogger Josefa Libório: Psicanalista e Hipnoterapeuta disse...

Olá Adriana, um blog limpo, sem outo interesse a não ser o de formar e informar. Li a maioria de suas postagens, parabéns pela resenha de 1968. Estamos mesmo necessitando relembrar para não cairmos na mesma esparrela, não é mesmo?

sábado, 27 outubro, 2007  

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