Adriana Arruda Blog

sexta-feira, outubro 20, 2006

Atividade da Interdisciplina de Escola, Cultura e Sociedade.


ESC 5 Weber



Dominação significa mando, império, ato de dominar. Fundamenta-se em diferentes tipos de submissão, que depende diretamente de uma variedade de interesses da parte que obedece. Pode, inclusive, acontecer por "costume", por utilidade, por vantagem ou por afeto. Sob o ponto de vista da dominação, ou seja, quem exerce a dominação, pode apoiar-se em bases jurídicas, passa portanto a ser denominada Dominação Legal. Interessante que este tipo de dominação instituída estabelece ao mesmo tempo a quem e em que medida se deve obedecer; aquele que ordena obedece também a uma "lei", uma norma formalmente abstrata. Pode-se dizer que conforme a hierarquia estabelecida regularmente, vai se estabelecendo um tipo de pensamento e posicionamento abstrato. A pessoa assume um papel, coloca-se na posição e isto inclui as regras, pensamentos, atitudes... referentes a esta posição. O ideal é responder integralmente às normas regulamentadas sem deixar influenciar por sentimentos pessoais, livre arbítrio e, particularmente, "sem consideração de pessoa", agir formalmente, observando apenas as regras e especificamente o ideal da posição assumida. Exemplos deste tipo de dominação seriam as estruturas das estatais e de empresas capitalistas privadas. A burocracia neste caso age como ferramenta técnica da dominação legal. Ela garante com efeito as hierarquias regulamentadas, observando o critério competência para seguir apenas dominante. Percebemos que a história da sociedade moderna assume este tipo de ferramenta burocrático, uso este que mantém viva a relação de domínio estabelecida.
A Dominação Tradicional por sua vez, tem sua origem na dominação patriarcal, onde a associação dominante é o caráter comunitário. Quem ordena é o senhor, quem obedece são os súditos, o que acontece segundo a tradição por fidelidade. A violação desta hierarquia por parte do senhor coloca em perigo a legitimidade do seu domínio. Esta relação estabelecida, este vínculo patriarcal fixado na tradição é reconhecido como válido para sempre. O ideal da prática deste tipo de dominação permite a interferência não só da regulação da "tradição", mas também dos sentimentos pessoais, simpatia ou antipatia e sucessíveis à influências de outras pessoas. A hierarquia é firmada através de dependências também pessoais (familiares ou funcionários domésticos, amigos) ou de qualquer um que mantenha um vínculo de afetividade, de felicidade. ''Competência'' delimita pelo vínculo fidelidade. As políticas dispódicas, usaram-se deste tipo de vínculo como exercício direto de dominação. Estrutura puramente patriarcal.
A dominação patriarcal é a mais pura dominação tradicional, exercida amplamente, culturalmente nas relações familiares, apoiadas e sustentadas por parte da relação religiosa/emocional da comunidade.
A Dominação Carismática acontece sobretudo pelo aspecto afetivo emocional por parte do dominado. Parte do princípio que o dominante exerce um 'poder' de encantamento sobre o dominado. O "líder" e o "apóstolo". A liderança é exercida por qualidades excepcionais do líder, que fica na posição enquanto seu carisma é mantido, perdendo tal virtude, seu domínio cai. Não existindo aqui o conceito racional de competência. Diante do embate entre dois "carismáticos", a questão se resolve pelo quesito confiança,sobrando ao outro o "castigo" da indiferença. a autoridade carismática baseia-se na crença, na fé e no reconhecimento são considerados um dever. Ao senhor carismático cabe se fazer acreditar como agraciado por Deus. Aos demais apostolados cabe reunir integralmente suas ações baseadas na idolatria constituída, numa relação de irmandade onde não se discute as ações praticadas, visto que elas são valorizadas por aquele eleito, o carismático, não se discute, se venera.
A meu ver, em todas as formas de relações entre dominantes e dominados existem a figura do subjulgado, no caso, o dominado. Ao líder, ao chefe, ao eleito, é delegado poderes institucionalizados ou não, que fazem-nos pensar o quanto destas relações vivenciamos cotidianamente. mas a mais intrinsicamente e formalmente ligadas as nossas realidades escolares é a dominação carismática, expressa em uma política pouco reflexionada, como a da eleição para diretores de escolas públicas da rede estadual. Ao experienciarmos tais relações, uma leitura que se faz necessário, muitas e muitas vezes são as relações de poder que mais ganham força neste pleito. pensamos, que elegendo diretamente nossos administradores escolares poderíamos estar à frente de uma mudança significativa dos paradigmas de poder, democraticamente coerentes, na busca de uma escola mais reflexiva e crítica. porém o que se viu na prática, foi uma quantidade expressiva de disputas vaidosas por manter certos "direitos" estabelecidos, ou vícios de cultura, para os professores, manutenção de atividades pseudo-pedagógicas vazias (festas dançantes, aulas de funk...)que nos remetem a pensar na valia do velho ditado..."pão e circo"...Poucas foram as escolas em que houveram disputas, a maioria viu-se as antigas direções serem reconduzidas ou trocas de cartas marcadas, aquelas que se dispuseram a ter múltiplas propostas, estas na sua maioria, priorizaram acomodações, pequenas mudanças na esfera dos aspectos físicos. Saí deste pleito com uma sensação de tristeza, questionando muito, mas com uma certeza: é preciso que a escola repense este espaço democrático, para que ele não se perca em velhos modelos coronelistas, vazios, ou deixe-se corromper por comodismos institucionalizados, onde só quem perderia é o mais expoente protagonista da educação: o aluno. E ainda nos perguntamos, sob esta realidade: o que está acontecendo que a escola não é mais valorizada, o professor não é mais respeitado, a educação não é mais prioridade? Poxa vida! E nesta nossa postura, o que poderia acontecer de diferente? É pra se pensar, e pensar, e pensar... Estamos em que posição? Dominante ou dominado?

9 Comentários:

Blogger Edilaine disse...

Muito claro teu texto. As dominações fazem parte do nosso contexto social e sem elas não sei como o mundo se comportaria!

domingo, 22 outubro, 2006  
Blogger Suzana Gutierrez disse...

Oi Adriana

Está indo bem a tua construção. Como sugestão, seria interessante refletir se estes tipos puros permanecem hoje, como diz a Edilaine no seu comentário. Que diferenças podemos perceber em nosso contexto?
abraço,
Suzana

domingo, 22 outubro, 2006  
Blogger sandraoliveira disse...

Teu texto sintetizou bem as idéias de Weber.Realmente há de se ter regras para se conviver. Cada uma no seu tempo.
Sandra Oliveira

domingo, 22 outubro, 2006  
Blogger cleide disse...

Em nossa sociedade vemos claramente os três tipos de dominação. Precisamos dela, pois sem ela acredito que a sociedade seria uma total desorganização...
Um abraço

domingo, 22 outubro, 2006  
Blogger biapedag.blogspot.com disse...

Oi, Adriana! Sou do pólo de Alvorada. Gostei muito das refexõs que fizeste a partir da ãnálise das idéias de Weber. Acredito que mudamos de posição a todo momento; somos dominantes em um momento, dominados em outro. Talvez o diferencial que faça A diferença, em relação a outros, seja o fato de refletirmos, analisarmos e tentar mudar muitas posturas que , acreditamos, devam ser mudadas...
Quando puderes dê uma "passadinha" no meu blog e no de outrous colegas de Alvorada. Vamos ficar bem contentes. Abraços e uma boa jornada. Bia Guterres

quinta-feira, 26 outubro, 2006  
Blogger Fabiana disse...

Oi Adri, realmente teu texto está muito bem elaborado. Estas relações de dominações, fazem parte até hoje da nossa sociedade, e somente através de leituras e reflexões que poderemos rever as nossas posições de dominantes e dominados. Abraços!!!

domingo, 29 outubro, 2006  
Blogger Evanice disse...

Olá Adriana! Sou do pólo de Alvorada. Que explosão de idéias,nossa consegui aprender mais um pouco sobre o autor Weber lendo o teu texto. Com certeza as dominações fazem parte das nossas vidas.Parabéns pelo teu trabalho.
Um abraço Evanice.

segunda-feira, 30 outubro, 2006  
Blogger Alinevleal disse...

Oi Adriana, realmente precisamos refletir sobre a questão de quem é o dominante e quem é o dominado. Nossas situações de eleição para diretores foram bem parecidas, o que é uma pena, não acha? Estou com saudades! Beijocas!

quinta-feira, 02 novembro, 2006  
Blogger Neusa Siqueira disse...

Olá colega,
A colocação que fizeste no final do texto,me levou à refletir.Sem dúvida a escola deveria ser democrática,pela função que ocupa dentro da sociedade.Deveriam estar banidos de nossas escolas os velhos modelos de articulação para favorecimentos pessoais(dominação legal).
Tenho as mesmas interrogações à respeito da valorização da escola e respeito ao professor.Assim como você,também vejo que pouco se transformou em relação as disputas de poder.

sábado, 11 novembro, 2006  

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